10/27/2013

RTYLM - Capítulo 7 - Briga.


Briga.


Milena

Niall e eu estávamos em um parque, com as folhas de outono brincando sobre nossos pés. Estávamos sentados nos balanços que tinham no parque, seus dedos estavam entrelaçados com os meus. Era absolutamente perfeito; as folhas; nossas mãos e nossos olhares concentrados um no outro.
– Eu amo você – ele dizia-me com sinceridade. Senti meu rosto corar, pois eu o amava também.
– Não, você não me ama – neguei com convicção. – Você só sente culpa pelo que fez no passado e veio reparar este erro. Mas eu não, eu amo você de verdade – desabafei. Ele acariciou as maçãs de meu rosto com leveza.
– Eu amo você – ele repetiu novamente com o mesmo tom de sinceridade da outra fala, só que mais intenso.
– Eu amo você – eu disse com lágrimas brotando em meus olhos.
Ele se soltou de minha mão, no modo que fez nós dois sairmos do balanço e nossos olhares se concentrarem novamente. Passou seu antebraço gentilmente por minha cintura, num ato que fez nossos corpos se encontrarem. Agora nossos lábios estavam a centímetros de distância e...
Abri os olhos, era um sonho. Apenas um sonho maravilhosamente ótimo. “Oh Deus, por quê?” pensei comigo mesma irritada. Estava em meu quarto, Rafa e Vicky já haviam levantado. Na verdade a cama de Vicky estava exatamente como ontem, intocável. Obviamente ela não dormiu no quarto... O que será que ela estava aprontando?
Vesti um short e uma regata qualquer, prendi meu cabelo em um coque e desci para o andar de baixo. Todos estavam reunidos na cozinha comendo waffles. Que cretinos! Nem me chamaram. Meu estômago deu um ronco demorado, obviamente queria dizer “Hora de atacar!”. Entrei na cozinha, todos conversavam alegremente. Peguei meu prato de waffles que estava sobre o balcão e juntei-me a mesa com eles.
– Bom dia, preguiçosa – disse Lucas.
– Bom dia – resmunguei.
– O que foi?
– Vocês nem me acordaram para comer, não gostei.
– Você mesma disse que se a acordássemos novamente, iria me matar – interveio Rafa.
– Mesmo assim – disse mostrando a língua. Dava garfadas rápidas, pois estava faminta. Só depois me lembrei de que Lucas havia chegado tarde. – Hey mocinho – sussurrei virando-me para Lucas. – Onde vocês dois estavam, posso saber? – perguntei no mesmo tom.
– Depois, preguiçosa. Depois... – sussurrou em resposta.
Após o café da manhã, os meninos foram para fora curtir a piscina. Eu subi para o andar de cima, onde as meninas agora estavam. Adentrei o quarto e elas conversavam cautelosamente.
– Qual é o babado? – perguntei deitando-me a cama com elas.
– Muitos... – respondeu Inara.
– Ah, Rafa o que foi aquilo? – recordei-me do incidente da Rafa e Harry na noite anterior.
– Aquilo o que? – Vicky e Inara perguntaram confusas.
– Ah nada, é que eu transei com Harry ontem...
– O que? – perguntaram chocadas.
– Eu. Transei. Com. O. Harry. Ontem. – disse pausadamente.
– Você sabe que ele ouviu o que você falou né? – alertei-a. Ela deu de ombros.
– Ah, eu também transei com Zayn – ela disse como se fosse uma coisa normal.
– Que? – dessa vez também fiquei em choque.
– Quer que eu de os detalhes...
– Não – interrompi-a.
– Foi praticamente o mesmo que fiz com Harry, montei em cima do meu cavalinho – soltei uma risada pervertida.
– Rafaela, você é uma puta – falava Vicky.
– Eu sei.
– Aliás Vicky, onde você passou a noite? – perguntei a ela.
– Acho que isso só diz respeito a mim.

Victória

Milena lançou-me um olhar mortífero, continuei sustentando este olhar. Ficamos assim por longos segundos.
– Ah Vicky, conta – insistia Milena.
– Contar o que? Que nunca mais eu perderei minha virgindade? – deixei escapar de propósito.
– Você perdeu sua virgindade? – perguntaram-me as três curiosas. Fiz que sim com a cabeça.
– Mas com quem? – interveio Milena.
– Com quem? Oras, com Thiago ué – respondi.
Lembrava-me de cada detalhe daquela noite. Cada toque, carícia e palavras... Foi com certeza uma das melhores da minha vida.
“Havia chegado do jantar cansada. Tirei meus saltos, meu pé estava doendo. Subi ao andar de cima nas pontas dos pés, e em vez de ir ao meu quarto, fui ao final do corredor. Abri a porta e lá estava Thiago deitado assistindo a TV, assim que bateu os olhos em mim, desligou a TV rapidamente. Adentrei o quarto trancando a porta, caminhei em sua direção e aninhei-me na cama junto com ele. Sem entender nada Thiago apenas assentia me olhando.
– Onde você estava? – perguntei cautelosamente.
– Lucas pediu-me um favor para ir a uma boate de Streap – respondeu meio nervoso. O fitei sem nenhuma fúria.
– Fazer o que lá? – perguntei calma.
– Este é o problema, Lucas anda muito misterioso ultimamente... Ele pediu para eu ficar de vigia no carro para ver se nenhuma de vocês chegava. Só que Lucas demorou demais, então resolvi ir embora e aqui estou eu – explicou-me.
– Então o deixou lá? – surpreendi-me.
– Sim, ele deve estar lá provavelmente.
– Então você vai ficar sozinho está noite aqui – conclui, falando mais para mim do que para ele.
– Bom, não se você dormir aqui comigo – o fitei. – De conchinha – tentou reparar.
– Sabe Thi, andei pensando bastante e...
– Por favor, não diga que vai terminar comigo – seu olhar era suplicante.
– Não, claro que não. – senti seu corpo aliviar a tensão.
– Então o que foi?
– Andei pensando bastante e acho que eu quero ter você para mim esta noite – seus olhos iluminaram-se.
– Tem certeza? Porque eu não irei te largar, esta noite também a quero para mim – alertou-me. Fiz que sim com a cabeça.
– Eu amo você, não me restam mais dúvidas – eu lhe disse.
– Eu amo você, minha linda.
Passei minhas mãos pela sua nuca, puxando-o para um beijo, seus lábios estavam relaxados e prazerosos. Ele entrelaçou sua mão em meus cabelos em um gesto de carinho. Seu peito estava nu, sentia vontade de mostrar que ele era meu. Ele se pôs em cima de mim e pude, finalmente, arranhar suas costas, mas não com brutalidade, com desejo. Seus beijos ficavam a cada vez mais intensos e gostosos. Era uma boa sensação tê-lo comigo. Ele tirou, finalmente, meu vestido. Não me senti envergonhada por ficar exposta aos seus olhos. Aquilo afirmava mais ainda o que eu sentia, eu pertencia a ele esta noite. Assim que parou de me beijar, ele olhou nos meus olhos e pude ver o que ele sentia... Paixão, desejo, vontade de me possuir.
– Você. Tem. Noção. De. Quanto. Tempo. Eu. Esperei. Por. Este. Dia? – perguntou-me pausadamente a cada intervalo de beijos que dávamos.
– Esta noite – o corrigi. Ele sorriu e voltou a me deixar sem fôlego.
Continuamos a trocar aquelas carícias até o momento que meu animal interior despertou. Tirei sua calça num movimento só, ele entendeu o que eu queria. Então, debruçado sobre mim, tirou minha calcinha devagar, e eu a sua cueca. Agora nossas partes estavam expostas um ao outro.
– Tem certeza? – perguntou-me.
– Tenho – respondi com convicção.
Pude sentir meu corpo arfando de dor, ele parou e me olhou como se tivesse feito algo errado.
– Você está bem? – preocupou-se.
– Sim, continue – pedi arfando.
Ele continuou e senti mais dor ainda, pus seus lábios aos meus, e nos beijamos rudemente. Não era uma dor ruim, era uma dor prazerosa. Conforme ele penetrava, a dor ia sumindo. Aquilo me encheu de prazer e desejo. Percebi seu sorriso largo sob nossos beijos. Virei-o para a cama, assumindo a posição em cima dele agora, debrucei-me sobre seu corpo e mandei ver, digamos assim. Se quiséssemos, poderíamos ficar a noite inteira assim. Nos amando daquele jeito. Eu fui dele por aquela noite...”
– Vicky! – interrompeu-me Milena do meu flashback com ele.
– O que?
– O que você acha que os meninos estavam fazendo ontem?
– Pergunte ao seu namorado, ele não te conta tudo? – falei e ela deu uma risada sarcástica.
– Como se o seu contasse... Você cometeu um grande erro por se entregar a ele... Sabe Vicky, você não vê, mas ele não presta, é um metidinho arrogante que nos trouxe aqui para se aproveitar de você e agora que ele conseguiu, você está vulnerável... – dizia com repulsa. Senti meu rosto esquentar, já estava cheia de guardar a raiva que sentia. Levantei-me da cama exaltada.
– Sabe o que eu acho? – explodi. – Você fica ai falando dele, mas não dá a mínima para o que o seu namorado apronta – gritei. – Vem me dá lição de moral sobre o meu namorado? Faça-me o favor! Você namora com Lucas há dois anos, e nunca transou com ele. E eu namoro o meu há um ano, e o amo, não tive medo de expressar isso – parei para respirar. – E sabe qual é o seu problema? Você deixou quem ama você de verdade, por causa do seu orgulho. Ele pode ter errado no passado sim, mas e você? Você continua com esse narizinho em pé. Você sim me dá nojo. Ah quer saber? Vão para puta que pariu, já estou cansada dessa palhaçada... Você e o Lucas se merecem – sai do quarto bufando e correndo para fora. Thiago percebendo minha reação correu para ver se eu estava bem.
– O que foi meu amor?
– Preciso que me tire daqui, por favor – pedi e ele assentiu sem fazer pergunta alguma.

Milena

Estava em choque, não acreditava que Vicky sentia nojo de mim. Não fazia a mínima ideia que ela pensava aquilo sobre mim. Sentei-me na cama com dificuldade.
– Ela... M-me odeia... – foi o que consegui dizer.
– Não, ela está nervosa, falou isso tudo da boca pra fora – tentou me acalmar Rafa.
– É, relaxa. A Vicky não estava raciocinando direito – dizia Inara.
– Ela disse que sente nojo de mim – eu disse.
– Não a Vicky ama você. Vocês são como Mãe e filha, terno e gravata-borboleta, tênis e chulé e...
– Eu já entendi – interrompi Rafa.
– De qualquer modo, ela vai se acalmar e você poderá conversar com calma.
– Inara, e se ela não quiser falar comigo mais?
– E se nada! Pense positivo, ela vai falar com você – garantiu-me.
– Não quero parecer grossa nem nada do tipo, mas eu e a Inara tínhamos combinado de ir ao shopping... Você vem conosco? – perguntou Rafa.
– Não eu vou ficar aqui... – respondi.
– Tem certeza? Não quer que a gente fique com você? – perguntou Inara.
– Não, vão lá e divirtam-se.
– Ok – Inara me deu um beijo na testa e sumiu com Rafa.
Não estava acreditando naquilo, eu simplesmente era uma trouxa, eu a magoei e muito. Eu era um monstro. Senti lágrimas brotarem de meus olhos. Mas se quisesse que Vicky me perdoasse, não poderia ficar chorando. Levantei-me, enxuguei as lágrimas e desci correndo as escadas para o andar de baixo. Estava indo para fora quando me deparei com uma garota sentada no sofá. Seu estilo era impressionante.
– Olá, você é mais alguém da família do Thiago que eu não conheço? – ela pulou do sofá assustada.
– Caralho! Nunca mais me assuste desse jeito! – dizia ela. – Desculpe, sou Duda – estendeu a mão para mim.
– Sou Milena – apertei sua mão.
– Ah, então é você a famosa Milena? – perguntou sentando no sofá novamente.
– Desculpa, mas eu te conheço da onde?
– Sou prima da Vicky, tecnicamente falando.
– Tecnicamente falando? – perguntei confusa.
– É tipo assim... Eu sou prima do ex-namorado dela sabe? – assenti. – Então a gente meio que manteve contato, nós nos consideramos primas – assenti compreendendo.
– Ah legal, mas ela não está.
– Eu sei, liguei pro celular dela, e adivinha? Aquela vaca me mandou esperar... – resmungou de cara feia. – Mas mudando de assunto, o que você tem? Parece que levou porrada na cara.
– Ah, dormi demais – menti.
– Ô desculpinha mais sem noção.
– Estava chorando – desabafei.
– Por quê?
– Eu magoei a Vicky, e agora ela disse que tem nojo de mim.
– Ah normal, ela sempre faz isso, vai ver ela falou da boca pra fora...
– Eu conheço Vicky há bastante tempo, a gente vive brigando e discutindo, mas nunca foi desse jeito... Pareceu bem sério quando ela disse isso pra mim.
– A Vicky, pode ser teimosa, orgulhosa, estressada e até bipolar... Mais ela tem sentimentos, e aposto que daqui a pouco vocês duas vão estar se lambendo – ela disse fazendo-me rir.
– Obrigada, estou me sentindo um pouco melhor.
Ficamos um bom tempo tagarelando e discutindo sobre bandas, ela era uma ótima pessoa para conversar. Fomos interrompidas pelo meu celular apitando. Era Niall.
“Então, passo para te pegar ai às 16h. Com amor, Sr. Potato.”
Ele me fez rir. Consultei meu celular. Putz! Era 15h, aimeudeus eu levo no mínimo 2 horas pra me arrumar.
– O que foi?
– Tenho que ir ao... Hum... Lugar, e estou atrasada.
– Que horas?
– 16h.
– Menina do céu, levanta essa “busanfa” daí e suba logo, eu te ajudo.
Subi correndo e entrei no banheiro para tomar banho. Enquanto levava o cabelo, Duda fuçava em meu guarda-roupa.
– Qual é a ocasião? – gritou.
– Encontro de amigos!
Depois que saí do banheiro ela já havia escolhido uma roupa para mim, com certeza iria ficar muito linda. Passei uns 30min arrumando o cabelo e fazendo a maquiagem. Enfim fiquei pronta, olhei-me no espelho e estava com a roupa ideal para encontrar Niall.
– Você tá parecendo um cupcake – arqueei as sobrancelhas sem entender. – Você parece bem apetitosa... Gostosa menina! Cê tá gostosa, com certeza vai conseguir fisga o seu “amigo” – fez aspas com os dedos. Ouvi o barulho de um carro buzinando.
– Obrigada Duda – disse pegando minha bolsa e descendo correndo.
Havia um “Citroen c4 Pallas” preto esperando por mim na calçada, o motorista abriu a porta de trás para mim. Entrei e lá estava Niall, lindo como sempre.
– Você está...
– Linda. É eu sei, você não para de falar isso.
– Na verdade eu ia falar incrível, mas tudo bem – mostrei a língua a ele.
– Bom aonde vamos?

– É uma surpresa.

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